22 AGO 2024

Retrato da Igreja na Amazônia mostra os avanços e desafios no V Encontro em Manaus


Retrato da Igreja na Amazônia mostra os avanços e desafios nascidos no Sínodo e aprofundados em Santarém 2022

   

A Igreja da Amazônia Legal está reunida em Manaus para seu V Encontro, cujo início se deu dia 19 e segue até o próximo 22 de agosto. Mais de 80 pessoas, bispos, padres, representantes da Vida Religiosa e do laicato refletem sobre a realidade do bioma no segundo dia do encontro a partir da realidade social e eclesial. O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers está participando do encontro.

O Encontro é uma retomada das vivências do Sínodo para a Amazônia, que foi um tempo de muitas expectativas, segundo o bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama), dom Zenildo Lima.

As reflexões do Sínodo para a Amazônia, mesmo reconhecendo as lacunas, foram recolhidas no Documento Final, um documento programático, e na exortação Querida Amazônia, texto, segundo ele, com um viés mais reflexivo.


IV Encontro da Igreja na Amazônia

O IV Encontro da Igreja na Amazônia, realizado em Santarém 2022, foi momento de recepção do Sínodo para a Amazônia, assumindo como tarefa, a partir das Igrejas da Amazônia, avançar nas lacunas, na questão ministerial, no rosto amazônico, na questão social. Tudo isso foi recolhido no Documento de Santarém 2022, considerado por dom Zenildo Lima, “uma recepção do Sínodo para a Amazônia com os nossos aportes”.

Nesse Documento aparecem como diretrizes básicas a encarnação na realidade e a evangelização libertadora, com cinco linhas prioritárias: fortalecimento das comunidades eclesiais de base na ministerialidade e participação das mulheres; formação dos discípulos missionários; defesa da vida, dos povos da Amazônia; cuidado com a casa comum, migração, mineração, megaprojetos de infraestrutura; evangelização das juventudes.

Nesse sentido, as igrejas locais da Amazônia foram convidadas a responder algumas perguntas para levantar os avanços e dificuldades, verificar os passos dados e os entraves quanto à aplicação das propostas de Santarém 2022; Também foram convidadas a perceber situações emergentes que tem exigido um peculiar cuidado pastoral; consolidar algumas iniciativas, indicando desdobramentos concretos quanto a compromissos, opções pastorais, responsáveis, prazos. Um encontro para reconhecer os muitos passos e iniciativas, mas que também aflora a preocupação diante das resistências e retrocessos.

Cada um dos seis regionais em que está dividida a Igreja na Amazônia Legal, seguindo as perguntas previamente enviadas, apresentaram o resultado das escutas. Um aspecto identificado é que as pessoas estão sendo atingidas em suas crenças, que tem a ver com esse modelo de fé que vai se desenhando. Os relatos apontaram um cansaço das comunidades e dos agentes.

Aparecem nos relatos preocupação com o clericalismo, com o tradicionalismo, a questão da formação presbiteral e o papel das mulheres na Igreja. Também aparecem algumas exigências, que fazem referência ao cuidado com a Casa Comum e a proximidade com os pobres.

Uma Igreja que nunca deve esquecer a dimensão do Reino, onde as comunidades têm uma importância decisiva e que é desafiada a uma maior presença nas comunidades indígenas, a não perder a dimensão sinodal, presente por muitos anos na Igreja da Amazônia, ainda mais diante da individualização da vivência religiosa, que gera um descompasso pastoral, que desafia a buscar saídas para ser uma Igreja mais profética, com reforço na vida comunitária.

Secretário-geral fala sobre a partilha dos regionais

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, enalteceu o caminho feito de reflexão: aprofundar como ter cada vez mais a consciência do cuidado com a Casa Comum a partir da Laudato Si’, mas também de todas as propostas elaboradas desde o encontro de Santarém até os dias atuais, num compromisso permanente e integral de, ao mesmo tempo, defender a natureza, cuidar dos povos originários e do povo de Deus.

“Estamos vivendo um momento belíssimo no qual todos os regionais da CNBB que integram a Amazônia Legal estão apresentando sua avaliação, desafios e perspectivas. Que esse encontro seja um marco na história da Evangelização no Brasil e possamos nos unir à Amazônia Legal para cuidarmos todos juntos da nossa Casa Comum”, disse.

Por Willian Bonfim com informações do regional Norte 1. Foto de capa e texto: Luis Miguel Modino, assessor de Comunicação - CNBB Norte 1


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