Pastorais Sociais emitem nota de solidariedade ao STTR por invasão a sede do Sindicato

Nesta terça-feira, 4 de maio, as Pastorais Sociais da Arquidiocese de Santarém emitiram uma nota de solidariedade ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Santarém (STTR), pela invasão ocorrida nesta segunda-feira, 3, na sede do Sindicato. Confira a nota abaixo:

NOTA DE SOLIDARIEDADE DAS PASTORAIS SOCIAIS DA

ARQUIDIOCESE DE SANTARÉM COM O STTR DE SANTARÉM

As Pastorais Sociais da Arquidiocese de Santarém se solidarizam com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém, STTR, e repudiam a invasão a sua sede da parte de membros das cooperativas de “manejo madeireiro” da região da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, na manhã desta segunda-feira, 03 de maio.

De maneira autoritária, truculenta e irresponsável, os invasores colocaram em risco à integridade física de homens e mulheres, lideranças da entidade sindical que estavam no local no momento da invasão. Quaisquer reivindicação e contestação de decisões judiciais devem ser feitas de forma legal, perante a lei e aos órgãos responsáveis.

Alguns pediram que o Sindicato STTR rasgasse, como se dependesse dele, a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) em 30 de abril, que suspendeu a decisão liminar da Justiça Federal de Santarém que autorizava a retomada dos processos de Plano de Manejo dentro da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, entre os municípios de Santarém e Aveiro (PA).

A suspensão concedida é até que seja realizada a consulta prévia, livre e informada das 78 comunidades tradicionais e aldeias que vivem na Reserva, segundo exigência da Convenção nº 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), para que o processo tenha a transparência e a lisura necessárias.

Várias das lideranças tem dificuldade para entender a exigência da consulta prévia, livre e informada da Convenção no 169 da OIT, pensando que a decisão das cooperativas e o Condel constitui já a consulta exigida.

Ficou decidido em conversa com as lideranças e representações de cooperativas realizar uma reunião no dia 04 de maio, entre as coordenações do STTR de Santarém, do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns e das lideranças das referidas cooperativas, onde se fará um diálogo com o intuito de esclarecer a situação, e posterior a essa conversa, uma reunião com a intermediação do Ministério Público Federal, para chegar aos encaminhamentos que levem à resolução dos problemas envolvidos nesta pendência.

As Pastorais Sociais esperam que, com a ajuda do Espírito da Verdade de Deus, se compreenda que se é parte de uma cadeia de exploração e comercialização de madeira que termina beneficiando a “uma empresa atravessadora” e aumentando o desmatamento da Resex.

Santarém – PA, 04 de Maio de 2021