Pastoral da Juventude (PJ)

A Pastoral da Juventude é herdeira de uma história que vem sendo construída em nosso país desde 1930 com a chamada Ação Católica. Por volta de 1920, o Papa Pio XI preocupado com a missão da Igreja diante dos desafios e das grandes mudanças na realidade mundial (processo de urbanização e industrialização), estimulou a chamada Ação Católica que era o espaço de participação dos leigos católicos no apostolado hierárquico da Igreja, para o difusão e a atuação dos princípios católicos na vida pessoal, familiar e social. A Ação Católica no Brasil foi marcada por dois momentos distintos: O primeiro com a chamada Ação Católica Geral (de 1932 a 1950), e o segundo momento da Ação Católica Especializada (de 1950 a 1960).

 Com a Ação Católica Especializada e os seus grupos JAC (Juventude Agrária Católica), JUC (Juventude Universitária Católica), JEC (Juventude Estudantil Católica) e JOC (Juventude Operária Católica) percebemos a início de um novo modelo de pastoral com os jovens. A PJ herdou muita coisa deste período, como o método Ver-Julgar-Agir; uma prática transformadora a partir da realidade; a descoberta da dimensão política da fé; o protagonismo dos jovens e a presença do Deus Libertador nas lutas do povo. Mas o surgimento de uma PJ Orgânica e transformadora como conhecemos hoje foi sendo gestado na década de 70 por iniciativa da própria CNBB e iluminado por um novo modelo de Igreja Latino-americana que vinha sendo construído através das conclusões e encaminhamentos das Conferências dos Bispos do América-latina ocorridas em Medellín (1968) e Puebla (1979).

Na Diocese de Santarém, em 1972, os bispos da Amazônia se reuniram, liderados por Dom Thiago Ryan produziram um documento fundamental de compromisso social pastoral, entre os pontos assumidos: “Encarnação na Realidade - Afirmando que exigia um total entrosamento com a realidade concreta do homem e do lugar (centros urbanos, ou rurais, novos núcleos humanos, comunidades indígenas, ribeirinhos, setores marginalizados, áreas de emergência… pelo conhecimento (reflexão, pesquisa, estudo) e pela convivência com o povo, na simplicidade e na amizade do dia a dia”.

Seguindo esta linha, a PJUSAN-Pastoral da Juventude de Santarém floresceu na Amazônia, iniciou em 1975, pela vinda de membros da PJ do Rio Grande do Sul para uma formação, animação e organização da juventude a convite do Frei Pedro. Eram momentos duros da ditadura militar e também avanços de grandes projetos devastadores para região como hidrelétricas, plantação de soja, mineração, madeireiras. A partir daí, como encaminhamento da formação, criou-se uma coordenação conduzida pelo Pe. Edilberto Sena, Antônio José e Socorro Pena. Essa coordenação realizou os primeiros encontros de formação para jovens, eram chamados de TLC-Treinamento de Lideranças Cristãs, que trabalhava a formação continuada da juventude e despertando uma consciência crítica, onde fora surgindo a organização da juventude em pequenos grupos nas comunidades e continua intimamente ligada com diversas outras pastorais que trabalham com as juventudes existentes nos sete municípios que fazem a composição desta Igreja local (Almeirim, Aveiro, Belterra, Monte Alegre, Mojuí dos Campos, Prainha e Santarém) . O trabalho ocorre dando ênfase ao projeto de vida da juventude, postura social, organização de grupos de jovens nas comunidades partindo do pressuposto que estes, só assumem o seu verdadeiro protagonismo juvenil quando conhecem sua real situação onde se encontra.

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